segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Eu vi meus Gerais XIV: Circuito Guimarães Rosa - BRASINHA



José Osvaldo dos Santos é uma das pessoas mais populares de Cordisburgo. Mas, desde menino, todos o conhecem como Brasinha. Leitor inveterado de Guimarães Rosa (de quem é primo distante), esta figura carismática, com jeito de menino, é integrante do grupo cultural Caminhos do Sertão, promovendo recitais, encenações e trilhas pelas paragens citadas na obra rosiana. Extremamente cordial e dotado de uma generosidade incomum, Brasinha faz a vez de cicerone dos forasteiros que chegam a Cordisburgo movidos pela paixão que a leitura de Rosa desperta.

É também um exímio contador de histórias. Conhecedor profundo da sua região e suas formas culturais, Brasinha é uma memória viva de tipos populares do passado, conjugando numa prosa cativamente elementos míticos e históricos, respaldados por paráfrases e aforismos de Guimarães Rosa. A literatura rosiana, que ele traz tão amorosamente na ponta da língua, funciona como uma lente de aumento, quando olhamos para os acontecimentos ajudados por essa figura. É quando ficção e realidade se fundem, atestando que "a vida é o não-resumo de um milagre", como Rosa dizia.


Motivado inicialmente pela curiosidade de encontrar, na vida, a matéria criativa da literatura rosiana, à partir de citações, na obra, de lugares e pessoas que de fato existiram, hoje Brasinha traz de cor uma ampla geografia cultural e mítica.

Sua loja de armarinhos e roupas (na qual se acumulam diversos objetos antigos) a poucos metros do Museu é passagem obrigatória. Com um pouco de sorte, o visitante pode ainda se deparar com artistas, pesquisadores e aventureiros fascinantes, vindos de várias regiões do Brasil, enveredados nas palavras de Guimarães Rosa.



***Clique sobre a imagem, para vê-la em seu tamanho original***

























Nenhum comentário:

Postar um comentário